O IPO, ou Oferta Pública Inicial, é um marco significativo para empresas que buscam expandir suas operações e acessar novos resultados financeiros.
Esse processo envolve a abertura de capital de uma organização empresarial, permitindo que ela venda ações ao público pela primeira vez.
Dessa forma, com o IPO, a empresa passa a ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores, atraindo investidores e aumentando sua visibilidade no mercado. Nos próximos tópicos, separamos algumas informações sobre o IPO, confira:
O que é IPO?
O IPO, sigla em inglês para Oferta Pública Inicial, refere-se a um processo do mercado financeiro orientado à abertura de capital pelas empresas, as quais disponibilizam suas ações para serem negociadas na Bolsa de Valores.
Nesse sentido, a empresa oferecerá ao mercado a oportunidade dos investidores adquirirem pequenas partes dela e, a partir disso, o direito à participação do lucro da companhia.
A partir do capital adquirido com o IPO, a empresa é capaz de direcionar recursos financeiros para o planejamento estratégico empresarial, podendo abranger variadas finalidades.
Sendo assim, a empresa deixa de ser propriedade exclusiva de um grupo restrito de indivíduos e passa a apresentar sócios anônimos distribuídos pelo Brasil, os quais podem negociar suas participações na Bolsa.
Tipos de ofertas de ações
A oferta de ações do IPO pode ser categorizada de diversas maneiras, com base na origem das ações e na destinação dos recursos obtidos. Confira, logo abaixo, quais são essas ofertas:
1. Ofertas primárias
As ofertas primárias consistem na oferta de ações promovidas pelas empresas no mercado. Nesse sentido, os recursos gerados são destinados ao caixa das companhias, aumentando, assim, o seu capital social.
Geralmente, esses fundos são empregados para expandir os negócios, por intermédio de investimentos recém adquiridos.
2. Ofertas secundárias
De maneira diferente das primárias, as ofertas secundárias consistem na venda de ações já existentes. Nesse contexto, as empresas não aumentam seu capital social.
Normalmente, as ações pertencem a sócios que desejam, por algum motivo, diminuir ou liquidar sua participação na empresa.
Dessa forma, o dinheiro resultante dessa operação é encaminhado diretamente para os proprietários das ações vendidas.
Por que as empresas fazem IPO?
As empresas realizam IPOs por várias razões estratégicas e financeiras, incluindo:
Aumento de capital
As empresas, ao emitirem suas ações, são capazes de captar recursos para ampliar suas operações, bem como para reforçar o caixa.
Embora seja possível conseguir esses fundos a partir de empréstimos e financiamentos, a emissão de ações é mais vantajosa para os negócios.
Isso ocorre porque as ações não apresentam vencimento, bem como não exigem um retorno financeiro específico. Nesse sentido, o risco é assumido pelo acionista que compra a ação.
Presença na mídia
Ao abrir um IPO, as empresas devem adaptar os processos internos e, a partir disso, impulsionar o grau de clareza em relação às suas operações e resultados.
Sendo assim, tanto os investidores quanto a mídia apresentam acesso detalhado aos relatórios, o que possibilita elevar a sua visibilidade no mercado.
Benefícios fiscais
As empresas, ao promoverem a transparência dos seus resultados, passam a ter acesso a diversos benefícios fiscais. Isso é possível pois deixam de operar no regime tributário Lucro Presumido e podem se qualificar no Lucro Real.
Liquidez
A abertura de capital possibilita que as empresas consigam adquirir maior liquidez, uma vez que o valor obtido não possui contrapartidas e pode ser direcionado diretamente para o caixa da organização.
Isso impulsiona a liquidez seca da organização empresarial, garantindo que ela possa cumprir suas obrigações com os fornecedores sem dificuldades.
Como funciona um processo de IPO?
A realização do IPO é um marco importante para uma empresa. No entanto, o processo é complexo e envolve diversas etapas, as quais você encontra logo abaixo:
1. Planejamento
O planejamento estabelece todos os aspectos da operação, abrangendo desde a quantidade de recursos captados até a estruturação das ações que serão ofertadas no mercado.
Além disso, o planejamento é responsável pela definição do destino dos recursos financeiros, representando um fator crucial para atrair novos investidores.
2. Auditoria
A auditoria consiste na análise detalhada das finanças de um negócio por uma organização empresarial externa e independente.
Nesse sentido, para abrir um capital, a legislação brasileira ordena a apresentação de três anos de balanços auditados.
No entanto, empresas que apresentam o costume de auditar seus resultados, podem cumprir essa etapa em um período de tempo mais curto.
3. Apresentação do Mercado
Após finalizar o planejamento e a auditoria, a empresa deve realizar o Roadshow, isto é, a apresentação da sua oferta de negócio ao mercado.
A finalidade dessa etapa é, justamente, atrair a atenção de investidores de alto nível para participarem do negócio. Isso exige a participação dos principais executivos da empresa.
Durante esse procedimento, os executivos devem responder às dúvidas dos participantes, a fim de garantir que eles se sintam seguros ao realizar os investimentos.
4. Registro e listagem de ações
A companhia precisa requisitar o registro de oferta de ações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a qual representa a entidade reguladora do mercado de capitais.
Paralelamente, as empresas costumam necessitar de uma autorização para a venda de suas ações junto ao público.
Além disso, a empresa deve requerer a listagem de suas ações na Bolsa de Valores, haja vista que somente as empresas devidamente listadas podem ter seus papéis negociados no pregão.
5. Divulgação de prospecto
A empresa deve divulgar o prospecto do IPO, ou seja, um documento crucial de uma proposta pública de ações.
Nesse sentido, o prospecto abrange as perspectivas e objetivos da empresa, informações sobre o estado do mercado que opera, os riscos do negócio, composição do quadro administrativo e as condições da atividade.
Dessa maneira, o objetivo da divulgação do prospecto é fornecer informações essenciais para que os investidores consigam compreender um pouco mais sobre a organização.
6. Comunicação ao mercado
Após a divulgação do prospecto, a empresa deve comunicar-se com o mercado. Isso é necessário porque, durante os roadshows, geralmente são os investidores institucionais que participam.
Entretanto, é crucial que a empresa informe aos outros investidores, como pessoas físicas, para que eles possam reservar ações durante o período de reserva.
7. Período de reserva
O período de reserva é um intervalo de tempo destinado ao envio de pedidos pelos investidores, os quais devem especificar a quantidade de ações que desejam adquirir.
Nesse contexto, essas reservas são realizadas nas corretoras de valores, as quais devem apresentar um registro para a participação no evento.
8. Bookbuilding
O Bookbuilding é uma ferramenta orientada para avaliar o número de ações que os investidores desejam comprar.
Nessa etapa, o preço das ações que serão promovidas no mercado é definido, permitindo que a empresa consiga avaliar a receptividade da oferta pelos investidores.
Com o Bookbuilding, a empresa é capaz de determinar um valor justo para as ações, o qual será anunciado no livro de ofertas, juntamente com a quantidade de ações disponíveis para os investidores não institucionais.
9. Estreia na Bolsa de Valores
A etapa final consiste na estreia na Bolsa de Valores, também chamada de Dia D, quando as ações da empresa começam a ser negociadas no pregão.
Durante o Dia D, o desempenho das ações é frequentemente observado pelos investidores, haja vista que funciona como um indicativo de como o mercado reagiu à oferta.
Dessa maneira, caso o IPO seja bem recebido, o valor das ações tende a subir significativamente. Por outro lado, se o IPO não tiver um desempenho satisfatório, o preço pode sofrer uma queda substancial.
